sábado, 16 de novembro de 2013

PEC 32/2013

Gosto do jeito de pensar, de agir, de falar do Senador Dr. Cristóvam Buarque.Tive o privilégio de estudar com ele no GEEMPA grupo de pesquisa de Porto Alegre, onde me especializei em Alfabetização.Desde esse tempo, 1989, acompanho o Senador. Antes de ser governador do Distrito Federal, foi Reitor da Universidade de Brasília, onde continua ministrando aulas.Por pouco tempo me alegrei quando Buarque assumiu o MEC. Uma decepção, talvez a primeira com Lula. Foi exonerado por telefone.No Senado Federal sua voz soa forte pela educação.Tudo que poderia ser feito, fosse presidente, continua no seu sonho de ver um Brasil educado. Seu Projeto agora propõe mudança na Constituição Federal. A educação básica será de responsabilidade da União, como em muitos países desenvolvidos.É uma luz no fim do túnel para as escolas públicas tão desacreditadas!Que Deus nos ajude!    

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Colação de Grau.

Fiquei sabendo hoje.Foi meu aluno na Pedagogia, conseguiu transferir.À princípio estava contente.Mas passado algum tempo soube que se arrependera.Não se sentia bem lá no outro ambiente acadêmico.Foi Marina Colasanti que escreveu um texto : "a gente se acostuma,"  ele se acostumou sem gostar. O curso  chegou ao fim.Convidou a família, inclusive os de longe.Caprichou na beca, no perfume, no sorriso.Na hora da chamada por ordem alfabética, mesmo com o nome de letra A não foi chamado.Alguém pediu para verificarem o engano. Mas não se tratava de engano, o canudo estava lá, com seu nome, mas não colou grau, por  uma questão burocrática não foi possível. A família ali esperando o momento de alegria, a       explosão do riso que agora virou pranto! Junto com o pranto a indignação, a tristeza, a decepção. Soube à
tarde. Fiquei sem palavras!Até quando brincaremos de fazer educação? Maldita fachada de academia!É fácil entender porque não há uma universidade brasileira entre as 200 melhores do mundo...e repito : Até quando?  

sábado, 2 de novembro de 2013

Finados

Telefonei para Itumbiara, bem cedo.Aqui não tenho nenhum familiar pra visitar nesse dia de finados.Meu tio atendeu. Ele e minha tia Dalva foram às cinco horas levar flores para meus pais e minhas avós. Meu avô paterno Joaquim Bernardes Ferreira, falecido em 1945; bem jovem foi atacado por um boi furioso na altura do coração; veio recentemente(os restos mortais) de Minas.Tinha essa missão de trazê-lo para junto de minha vó.Já o outro, avô materno, não sei onde se encontra. Depois de muitos anos, minha mãe falecida, esse fato me dói ainda. Mamãe tinha três anos quando ele faleceu diagnosticado de loucura. Na cidade onde estava internado foi sepultado. Minha vó Joana, muito sofrida, não se importou com o fato do seu irmão mais velho enterrá-lo por lá mesmo. Ela guardava ressentimentos fortes pela vida devassa que o marido levava, vida que se foi aos 28 anos.
Com o tempo, descobri a psicose do meu avô.Era alcoólatra. O verso bíblico: "e conhecereis a verdade, a verdade vos libertará" me trouxe à luz a doença do alcoolismo. A família afetada pela dor, perdeu as referências de afeto.
Por que me lembro de tudo hoje? Sinto a falta desses avôs...avozinhos  que não conheci. Não me sentei no colo de nenhum deles.Conservo as fotos, mas como dói.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Sobre Currículo Escolar

Ontem na sala de aula do 7º
Período de Pedagogia, uma acadêmica lembrou de uma história interessante sobre Ferramentas para desenvolver um bom Currículo. É a seguinte, contada por Paulo Freire. Um cientista foi atravessar um rio à canoa. Começou questionando o barqueiro se ele conhecia uma série de fatos científicos, a todos o barqueiro dizia que não.Era um homem simples, mal sabia ler. Sua vida toda se resumia em atravessar pessoas de um lado a outro do rio.O cientista ficava indignado e dizia: "pois perdeu metade da vida." Depois de certo tempo uma chuva desceu forte e o barco começou afundar. O barqueiro então questionou o cientista: "o senhor sabe nadar?" Não, respondeu ele. O barqueiro, pulando nas águas disse: "Então perdeu toda a sua vida!"
Ilustrando mais sobre Ferramentas para um Currículo: -Conta uma lenda que na China antiga, os jovens procuravam os sábios para aprenderem uma profissão, uma habilidade. Certo jovem interessado em ser lenhador procurou um velho, considerado sábio e habilidoso no assunto. O velho se dispôs a ensinar. O jovem aos poucos pensou que poderia desafiar o mestre. Achava que com sua força e juventude poderia facilmente superar na quantidade de árvores cortadas. O mestre, serenamente aceitou. Marcaram o dia e bem cedo chegaram até ao  local. O jovem, impetuoso começou o trabalho. Cortava freneticamente.Às vezes olhava para o lado e reparava que o velho mestre estava sentado à sombra de uma árvore. Ele pensava que seria mais fácil do que imaginara.
Ao final do dia fizeram a comparação.O mestre havia cortado o dobro de lenha. O jovem indignado perguntou: -Mas como foi isso, vi que o senhor descansava algumas vezes e eu nem parei!
O mestre então disse: -Só parei para afiar o machado!
Que sábias lições!
        

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dia do Professor

Depois de quarenta anos na educação, ontem me emocionei, meus ex-alunos e atuais alunos ,só eles , ainda me fazem acreditar na educação brasileira.Tantos, felizmente, acreditam! Que a bênção de Deus alcance a todos.Amém.

domingo, 1 de setembro de 2013

Setembro chegou!

Hoje quando molhei minhas plantas, recentemente podadas,observei a beleza que é ver uma flor brotando, crescendo e florescendo.Fundamental a água, o adubo, o cuidado! Muitos poetas e estudiosos têm comparado a vida humana com plantas; o próprio Jesus revelou:"A planta que não der frutos será cortada e queimada" se referindo às pessoas. Vivi muito tempo da minha vida descuidando de mim.Quando percebi minha loucura, resolvi mudar o meu modo de vida!Hoje posso perceber que estou reconstruindo meu relacionamento comigo mesma!Posso refletir por exemplo: "o que importa para minha vida plena?" O que é bom para minha saúde? O que me dá prazer? O que me faz contente? Faço meu inventário diário e aos poucos, um dia de cada vez, procuro me cuidar.Na verdade o que importa hoje é diferente do que já importou antes.Já não me preocupa a moda, a falta de alguns acessórios que tanto apreciei no passado!Seria maturidade? Não sei bem ainda. Mas chegando setembro, como dizia Darcila, minha chefe no Senac, chegando o B,R,O,BRO, é tempo de pensar no ano que vai findar! Sim, setembro,outubro,novembro e dezembro e findou o ano. Preciso contabilizar o bom, o que preciso mudar, o que vai ser melhor. É isso!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sobre registro escrito

REGISTRO COMO UM RECURSO PARA O EDUCADOR NA QUALIFICAÇÃO DE SUA PRÁTICA DOCENTE O ser humano está em contínua busca de novas ideias e novos conceitos que servem como impulso para suas ações. Assim a criança deve ser analisada e estudada na sua totalidade, pois é um ser em pleno desenvolvimento e as interações sociais agem na formação de suas funções psicológicas superiores. Desta maneira, o registro é um recurso eficaz para auxiliar o educador a conhecer melhor os educandos, percebendo melhor os seus progressos, possibilitando uma maior segurança no ato de avaliar. Além disso, o mesmo possibilita ao educador rever sua prática pedagógica no sentido de adequá-la às necessidades do educando. Analisando o significado do registro na rotina do educador, percebemos que ele seria uma espécie de diário. Segundo Magalhães e Marincek (2001,p.93):...Constitui-se em um lugar de reflexões sistemáticas, constantes; um espaço onde o professor conversa consigo mesmo, anota leituras, revê encaminhamentos, avalia atividades realizadas, documenta o percurso de sua classe. Um documento com a história do grupo e os avanços do próprio professor. Este diário é muito mais amplo do que os diários de jovens e adolescentes, os quais registram sentimentos e fatos. O registro na rotina do educador servirá de norte para sua prática educativa possibilitando refletir sobre o processo ensino-aprendizagem, construindo um planejamento apropriado às possibilidades dos alunos. Uma das importantes funções do registro é a possibilidade. O registro faz com que o educador seja mais humano, não cometa erros ao avaliar e também o coloca de frente com as incertezas, dúvidas, limites, erros contribuindo para seu crescimento pessoal. Segundo Warschauer (1993): A vivência do registro, sob esta perspectiva, nos remete para o campo da humildade, através do aprendizado de conviver com a dúvida, com as incertezas(...) (p.63) Frente a essas incertezas o registro também possibilita a construção de uma prática inovadora, buscando coerência entre o pensar e o agir. Nas palavras de Warschauer, 1 : ...acredito que a escrita possibilite o acesso a camadas mais profundas de nós mesmos que, sem esse registro, poderiam não chegar ao nosso conhecimento. Porém, possibilita também o conhecimento de aspectos muitas vezes indesejados e sombrios. Mais, uma postura de abertura e determinação para a ampliação do (auto) conhecimento pode iluminar o caminho para a conquista de uma coerência interna, integradora, e contribuir para a aproximação entre o idealizar e o concretizar, entre o pensar e o agir. (p.65). Enquanto seres humanos, estamos sujeitos a cometer erros, os quais nos servirão de aprendizado, se buscarmos refletir e nos transformarmos a partir dos mesmos. O registro escrito é uma forma de compartilhar com o papel, nossas possibilidades e dificuldades. Segundo Warsxhauer, (1993, p.65):A prática do registro é importante por nos permitir construir a “memória compreensiva”, aquela memória que não é só simples recordação, lembranças vãs, mas é base para a reflexão do educador, para análise do cotidiano educativo e do trabalho desenvolvido com o grupo. O ato de escrever o vivido desencadeia um processo reflexivo no qual a vivência restrita e singular torna-se pensamento sistematizado, apropriação do conhecimento. É através da escrita, portanto, que conseguimos perceber nossos erros, avanços, contemplar o que vivemos diariamente na prática, não só para ajudar-nos a lembrar do que aconteceu, mas também compreender o acontecido analisá-lo para poder aprender com o vivido. Segundo Weffort, (1995, p.10):1 Warsxhauer, Cecília. A roda e o registro. Rio de Janeiro, 1993. A reflexão registrada tece a memória, a história do sujeito e de seu grupo. Sem a sistematização deste registro refletido não há apropriação do pensamento do sujeito-autor (...) Sujeito alienado do próprio pensamento torna-se um mero copiador da teoria do outro.Escrever diariamente não é uma tarefa simples e fácil, porém, se pensarmos e levarmos em consideração que todo início de qualquer mudança de postura e atitude é difícil até nos adaptarmos a ela, em relação ao registro não será diferente. De acordo com Kramer (1993, p.35), pode ser difícil no começo, mas, se entendemos que o registro é um instrumento de trabalho do educador, a dificuldade não pode ser argumento para não fazê-lo, pois: ... é preciso que os professores se tornem narradores, autores de sua práticas, leitores e escritores de suas histórias, para que possam ajudar as crianças a também se tornarem leitores e escritores reais, retirando prazer do falado e do lido, gostando de escrever...Para iniciarmos tal procedimento, faz-se necessário um reaprendizado do exercício de ler e escrever, o qual necessitamos ter uma disposição de olhar com “novos olhos” nossa prática cotidiana e o mundo a nossa volta.Para Madalena Freire, é necessário “Reaprender a olhar, romper com visões cegas, esvaziadas de significados, onde a busca de interpretar, dar significados ao que vemos, lemos da realidade é o principal desafio”. (1995, p.56).Como instrumento de trabalho, o registro vem associado ao planejamento e à avaliação. Assim todo processo desde o planejamento, registro e avaliação compõem o fazer educativo do profissional, que quer construir sua competência e qualidade no trabalho que realiza. ... o registro ajuda a guardar na memória fatos, acontecimentos ou reflexões, mas também possibilita a consulta quando nos esquecemos. Este “ter presente”o já acontecido é de especial importância na transformação do agir, pois oferece o conhecimento de situações arquivadas na memória, capacitando o sujeito a uma resposta mais profunda, mais integradora e mais amadurecida, porque menos ingênua e mais experiente, de quem já aprendeu com a experiência. Refletir sobre o passado (e sobre o presente) é avaliar as próprias ações, o que auxilia na construção do novo. E o novo é a indicação do futuro. Ë o planejamento. (WARSCHAUER, 1995, p. 62-63).Podemos nos questionar: Mas como registrar? Não existe uma regra, ou receita. O registro é marca individual de cada educador, pois não é algo burocrático que deve seguir uma regra, mais algo especial onde estarão registrados acontecimentos, fatos discussões da vivência diária em sala de aula e do trabalho do educador. FREIRE (1995, p.56), ao refletir sobre o ato de escrever, afirma que: Escrever com sangue, dor e prazer é falar do que corre em nossas veias. Falar de amor, ódio, sonho. “Escrever a sua palavra, deixar marcado o vivido e o pensamento, é ato criador, que requer certa dose de ousadia, coragem e disposição em ativar (para desvelar ou compreender) aqueles sentimentos de amor, ódio, dor, prazer, presentes na nossa relação de seres humanos. E o humano da criação passa pelo desejo, pelo sonho de mudança, de transformação, de conquista do bom, do belo, do prazer.O ato de refletir, parar e analisar a prática pedagógica é um ato libertador, porque favorece ao educador instrumentos no seu pensar. É através de reflexões que conseguimos realizar as constatações, descobertas, reparos, aprofundamentos, fazendo-nos mudar e transformar algo em nós, nos outros e na realidade vivida. Com o exercício disciplinado da ação reflexiva, o educador alcança uma ação generalizadora, teorizante, emergindo a necessidade de fundamentação teórica, uma vez que não existe uma prática sem uma fundamentação teórica, bem como não existe teoria sem que tenha nascido de uma prática. Segundo Vygotsky, “o que diferencia o homem do animal é o exercício do registro da memória humana”. (1999, p.76).No ato pedagógico o educador também tem seu espaço de registro, podendo formalizar, comunicar o que pensa, construir o que ainda não conhece e aprofundando o que necessita aprender, enfim, deixando suas marcas, construindo sua história.Através do registro escrito, somos obrigados a realizar exercícios de ações, ou seja, constatar aquilo que não se realizou e deixar como está, não terá significado algum e não contribuirá para a formação de cidadãos atuantes e críticos.Concluímos que o registrar os fatos, acontecimentos e situações que envolvem o cotidiano da sala de aula torna-se um instrumento importante nas mãos do professor comprometido com o constante aprimoramento de sua prática. Neste sentido o registro permite levantar subsídios para o planejamento em geral e para os planos de aula, além de oferecer dados para o professor repensar sua atuação junto às crianças. Como podemos trabalhar o registro? Algumas possibilidades nos servem de embasamento para iniciar o processo. A medida em que vamos aperfeiçoando e aprimorando nossa prática, conseguimos encontrar novas alternativas de aperfeiçoar esse trabalho. Warschauer (1993, p.105):Registrar o não documentado passa a ser de grande interesse para a compreensão da complexidade da escola. Da mesma forma, uma única sala de aula também é um mundo complexo, cheio de contrastes. Penetrar no seu interior registrando sua história é também caminhar no sentido de um aprofundamento da compreensão das relações ali estabelecidas entre seus habitantes e o conhecimento. A organização de seus espaços e tempos obedece a uma certa lógica, que corresponde ao compromisso que se estabelece ali com o conhecimento. Diz Madalena Freire, que o espaço é um retrato da relação pedagógica porque registra, concretamente através de sua arrumação (dos móveis), organização dos materiais, a maneira como nossa relação é vivida.A modificação do ambiente da sala de aula favorecerá o registro. O educador deve trabalhar em círculos, grupos de dois, três, quatro. O trabalho individual algumas vezes também é necessário, para que o educador possa acompanhar individualmente os avanços e as dificuldades de seus educandos. No espaço escolar o educando deverá encontrar a motivação necessária para seu desenvolvimento integral. Diariamente, as rodas no início da aula são fundamentais, pois proporcionam a troca de informações e experiências, bem como o planejamento e o desenvolvimento do trabalho que será efetuado. Segundo Weffort (1996, p.5): Toda pedagógica está sempre engajada a uma concepção de sociedade, política. É neste sentido que nesta concepção de educação este educador faz arte, ciência e política. Faz política quando alicerça seu fazer pedagógico a favor ou contra a classe social determinada. Faz ciência quando apoiado no método de investigação científica estrutura sua ação pedagógica. Faz arte porque cotidianamente enfrentasse com o processo de criação na sua prática educativa, onde no dia a dia, lida com o imaginário e o inusitado. Neste sentido, o educador está em constante criação, buscando, estruturando, organizando o seu viver pedagógico. E nesta constante busca, o educador precisa ser leitor, escritor, pesquisador. Ele é um leitor, quando lê amplamente a realidade, a sua e a dos outros, buscando nesta leitura, interpretar, significar. Ao registrar seu cotidiano, ele é um escritor, pensando, questionando, revendo suas hipóteses.No ato de registrar o seu cotidiano, o professor tem nas mãos um importante instrumento na construção de sua consciência pedagógica e política. Através do registro diário, guardamos parte de um tempo vivido, ou seja, estamos construindo nossa história pessoal e coletiva (do grupo), momentos significativos. Também, ao escrevermos, desenvolvemos a capacidade reflexiva, que nos impulsiona ao pensamento. Dessa forma, ao registrarmos nosso cotidiano, refletimos sobre o nosso fazer, impulsionando-nos para a aprendizagem, pois o educador está em constante processo de aprendiz. Esta ação reflexiva nos remete a constatações, levando-nos a descobertas, aprofundamentos. Escrever não é tarefa fácil para a maioria dos educadores, pois não fomos trabalhados para tal, além do que exige disciplina, exercício da reflexão, possibilitando assim, estar vendo, revendo, lendo, relendo, planejando, replanejando a sua prática pedagógica. OSTETTO (2001, p.19,20), nos diz o seguinte: No espaço educacional o registro é, para o educador uma espécie de diário, que pode bem lembrar os diários de bordo ou os diários dos adolescentes, nos quais são anotados fatos vividos, sentimentos, impressões, confissões. Quanto ao diário do professor, num âmbito da prática pedagógica, vai muito além disso: constitui-se em um lugar de reflexões sistemáticas constantes, um espaço onde o professor conversa consigo mesmo, anota leituras, revê encaminhamentos, avalia atividades realizadas, documenta o percurso de sua classe. Um documento com a história do grupo dos avanços do próprio professor. O registro é uma documentação para si próprio e para o grupo dos alunos que coordena, diz respeito a sua particular vivência. Não pode ser concebido, nem utilizado, como forma de controle, de qualquer coordenador ou supervisor. Registrar o cotidiano não é brincadeira! Não é escrever para mostrar ou prestar contas a alguém. É ao contrário comprometer-se com a própria prática, comprometendo-se com a coerência de uma prática que vai refletida num processo de formação permanente. Como vimos, não existe “modelo”, ou regras para escrever sobre o seu cotidiano. Cada educador tem o seu jeito, a sua maneira de registrar suas experiências, que pode ser: narrando, contando, por tópicos, detalhando...Entendendo que tudo o que é novo gera angústia, medo, sofrimento, segue abaixo um roteiro de apoio para quem deseja lançar-se neste novo desafio, elaborado por Ostetto, (2001, p.68-69): A) DADOS QUANTITATIVOS:- Onde descreve o que foi planejado para o dia e o que foi efetivamente realizado; B) DADOS QUALITATIVOS: Onde anota o que pode observar no encaminhamento do planejamento e do dia, fazendo uma análise, experimentando, já, uma reflexão. Muitos são os aspectos que poderão ser registrados/analisados. A seguir sugerimos alguns: 1. O que aconteceu no dia de mais significativo: 1.1 Com relação ao grupo de crianças (como foi a participação; se mostraram interesse entusiasmo e em que; quais os momentos de maior concentração, etc) 1.2 Com relação às situações e atividades propostas (se foram apropriadas às crianças e ao momento; como foram apresentadas/introduzidas ao grupo de crianças; o que foi positivo; o que ficou faltando; o que poderia ser melhorado, etc) 1.3 Com relação à organização do espaço físico ocupado (onde foram realizadas as atividades; se houve mudança na disposição dos móveis; como os materiais foram aí organizados e utilizados, etc). 2. Fatos relevantes ocorridos no dia, fora do previsto: Todo tipo de situação que não estava no “plano diário” e foi encaminhada (como surgiu; participação/ reação dos alunos desdobramentos possíveis; foi proveitoso ou não e por que; poderia ter sido encaminhado de outra maneira, etc). 3. Como você sentiu no dia: Facilidade/dificuldade ao encaminhar as situações e atividades e ao coordenar o grupo de crianças; dúvidas/insegurança em algum momento, Qual? Reação/interação com as crianças – grupo e individual – foi tranqüilo? Teve conflito? Como encaminhou? Se sentiu bem? A partir deste roteiro, o educador poderá orientar e aos poucos, encontrar a sua maneira de registrar. O importante é que, após cada dia de trabalho com seu grupo, o educador realize e o exercício disciplinado da reflexão: parando, pensando, refletindo e escrevendo sobre o seu dia de trabalho. Portanto, este instrumento pedagógico será de grande utilidade, contribuindo para tornar sua prática, cada vez mais comprometida, consigo e com o outro. O registro pode ser utilizado como fonte de referência, onde o educador registra tudo o que achar significativo e que contribuirá para a melhoria do educando, garantindo seu desenvolvimento, bem como, assegurar que sua prática seja coerente com a escola que almejamos, capaz de educar o homem para a vida, sem disputas, competições, mas solidariedade, companheirismo, ajuda mútua. CONSIDERAÇÕES FINAIS Buscar a melhoria da qualidade da educação pressupõe repensar a prática educativa que passa necessariamente pela postura do professor.No ato de registrar o seu cotidiano, sua prática docente, o educador tem nas mãos um importante instrumento na construção de sua consciência pedagógica e política. Através do registro escrito, guardamos parte de um tempo vivido, ou seja, estamos construindo nossa história pessoal e coletiva (grupo), momentos significativos, os quais contribuirão na formação de cidadãos autônomos e críticos. Baseando-se, nas concepções que norteiam a prática pedagógica, percebemos que as mesmas procuram respeitar o educando em sua individualidade e buscam maneiras diversificadas de ampliar seus conhecimentos, respeitando-os como agentes históricos de transformação.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A Idade de Ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, 
somente uma época na vida de cada pessoa 
em que é possível sonhar e fazer planos 
e ter energia bastante para realizá-las 
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. 

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente 
e desfrutar tudo com toda intensidade 
sem medo, nem culpa de sentir prazer. 

Fase dourada em que a gente pode criar 
e recriar a vida, 
a nossa própria imagem e semelhança 
e vestir-se com todas as cores 
e experimentar todos os sabores 
e entregar-se a todos os amores 
sem preconceito nem pudor. 

Tempo de entusiasmo e coragem 
em que todo o desafio é mais um convite à luta 
que a gente enfrenta com toda disposição 
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, 
e quantas vezes for preciso. 

Essa idade tão fugaz na vida da gente 
chama-se PRESENTE 
e tem a duração do instante que passa.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Preciso de Drummond

Ás vezes as situações se apresentam tão inusitadas, indescritíveis que preciso recorrer aos poetas.Os "meus" poetas, se me permitirem.Drummond, Leminsk, Cecília, Bandeira e às vezes João Cabral e Vinícius. Ou até Arnaldo Antunes. É...´w sim. Mas hoje, quase inverno em Vilhena... Drummond:

Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

domingo, 14 de abril de 2013

Alfabetizar no século XXI.

            ALFABETIZAÇÃO NO SÉCULO XXI

Quando os sujeitos chegam à escola para se apropriarem da Linguagem Escrita, uma coisa é evidente para escola e o professor: não precisamos ensinar a falar já que todos falam.O que mais sabem?Uma das coisas mais difíceis já aprenderam: andar. Sabem cantar, falar versinhos, contar histórias...e mil coisas mais.Pesquisei crianças de 3 anos e levantei o vocabulário: mais de 3 mil palavras.Duvidam? Só nome de personagens da TV vai um repertório imenso!
Foi Esther Pillar Grossi que disse uma vez, em Jiparaná: "Os alunos da escola pública chegam muito bons de cabeça, eu posso provar!" E acrescentou: "Tão bons quanto os de Genebra, pesquisados por Piaget." Então o que precisam saber, logo de início?
As pesquisa de Emília Ferreiro e seu colaboradores ( inclusive no Brasil) demonstram para poder aprender a linguagem escrita, os sujeitos precisam construir respostas para duas questões:
-------- O que a escrita representa?
--------Como é a estrutura dessa representação?
Por muito tempo as hipóteses dos sujeitos foram ignoradas. A escola partia do fácil ou difícil partindo da ideia dos adultos.
Os sujeitos a princípio não imaginam que a escrita representa a fala. Acham que é outra forma de desenhar.Ou que, palavras grandes representam objetos grandes e pequenas coisa como formiga, abelha.
Uma professora que alfabetizava na EEEFM Maria Arlete Toledo pediu a um menino que escreve caminhão no desenho que fizera de seu pai caminhoneiro. Ele respondeu: "Preciso de mais papel, não cabe no meu caderno!"      
O certo é que as teorias que fundamentam essas descobertas, de ciências como o a Psicolinguística, a Neurociência, a Sociolinguística, a Antropologia precisam ser visitadas e apropriadas pelos professores alfabetizadores. Assim poderão também elaborar uma nova Didática que favoreça a aprendizagem dos sujeitos de cabeça boa que "penetram" (dizia Paulo Freire) na escola pública brasileira.  

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Vida inteligente.

Conhecimento prévio

Uma imagem que ilustra o entendimento de "conhecimento prévio" é uma ponte.Ou como nos dias da minha infância, se dizia "pinguela," "mata-burro." O certo que a imagem é para significar "ligação" "link" para outra área  do cérebro.Em alfabetização é fundamental.Tive um aluno, acadêmico do curso de Ciências, já extinto na universidade de Rondônia que fez um depoimento interessante para ilustrar também. Disse ele: "já sei onde foi que fiquei burro, foi na escola! Cheguei do sítio, bem informado. Sabia quando plantar feijão, milho, como ordenhar as vacas, como nascem e de onde vêm os leitões.Mas ao chegar à escola me deparei com o texto - Xerxes mexeu com Xexéu! Fiquei bobo!" Naquela época ministrava aulas de Sociologia de Educação; o debate foi acalorado. Uns defendiam, outros condenavam a escola.
Demorei conhecer Ausubel, pesquisador americano.Para ele o conjunto de saberes que a pessoa traz como contribuição ao aprendizado é tão essencial que mereceu uma citação contundente, no livro Psicologia Educacional: "O fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo".
Volto ao assunto alfabetização.Emília Ferreiro que pesquisou as hipóteses que os sujeitos têm quando estão se apropriando da língua escrita descreve bem o conhecimento prévio que cada um já tem do que seja escrever.Ela entrevistou crianças da periferia de Buenos Aires e constatou que todos chegam à escola com um saber elaborado; resta à instituição, através dos professores bem preparados, bem remunerados, planejar atividades que contemplem esses saberes prévios. Então não haverá segredo para alcançar 100% de alfabetizados já no primeiro ano escolar. Ao contrário do que se pregoa, aos seis anos há sim vida inteligente!