ALFABETIZAÇÃO NO SÉCULO XXI
Quando os sujeitos chegam à escola para se apropriarem da Linguagem Escrita, uma coisa é evidente para escola e o professor: não precisamos ensinar a falar já que todos falam.O que mais sabem?Uma das coisas mais difíceis já aprenderam: andar. Sabem cantar, falar versinhos, contar histórias...e mil coisas mais.Pesquisei crianças de 3 anos e levantei o vocabulário: mais de 3 mil palavras.Duvidam? Só nome de personagens da TV vai um repertório imenso!
Foi Esther Pillar Grossi que disse uma vez, em Jiparaná: "Os alunos da escola pública chegam muito bons de cabeça, eu posso provar!" E acrescentou: "Tão bons quanto os de Genebra, pesquisados por Piaget." Então o que precisam saber, logo de início?
As pesquisa de Emília Ferreiro e seu colaboradores ( inclusive no Brasil) demonstram para poder aprender a linguagem escrita, os sujeitos precisam construir respostas para duas questões:
-------- O que a escrita representa?
--------Como é a estrutura dessa representação?
Por muito tempo as hipóteses dos sujeitos foram ignoradas. A escola partia do fácil ou difícil partindo da ideia dos adultos.
Os sujeitos a princípio não imaginam que a escrita representa a fala. Acham que é outra forma de desenhar.Ou que, palavras grandes representam objetos grandes e pequenas coisa como formiga, abelha.
Uma professora que alfabetizava na EEEFM Maria Arlete Toledo pediu a um menino que escreve caminhão no desenho que fizera de seu pai caminhoneiro. Ele respondeu: "Preciso de mais papel, não cabe no meu caderno!"
O certo é que as teorias que fundamentam essas descobertas, de ciências como o a Psicolinguística, a Neurociência, a Sociolinguística, a Antropologia precisam ser visitadas e apropriadas pelos professores alfabetizadores. Assim poderão também elaborar uma nova Didática que favoreça a aprendizagem dos sujeitos de cabeça boa que "penetram" (dizia Paulo Freire) na escola pública brasileira.