Oncotô, poncovô?
O estudo dessa etapa me deixou surpresa. Sabem por quê? Pensava (pobre de mim) que sabia muita coisa sobre tecnologias da informação. Tive que admitir, como no primeiro passo de um programa que freqüento: “sou impotente perante tantos recursos digitais” até porque aqui no ex-território do Guaporé (gosto do nome) não se tem acesso a muitos deles. Por exemplo: GPS - um recurso que existe em países adiantados para nos levar a qualquer lugar. Na Europa o GPS nos tira de um congestionamento e mostra alternativas de transito. No inverno rigoroso, avisa que há avalanches e mostra outro roteiro. Aquela mulher falando como se estivesse ali do nosso lado, num alemão carregado me deixou nervosa. Perguntei ao meu filho: - O que ela tanto fala? Ele sorriu e disse que ela insistia para que tomasse outro rumo, mostrando na tela do GPS onde virar. Se desejo achar o supermercado na cidade desconhecida, o GPS me dá alternativas para chegar ao mais próximo. Em Paris, desejando jantar comida chinesa, o aparelhinho nos deu opções bem próximas do hotel. Não há mais dificuldades para dirigir em cidades desconhecidas. Eu me lembrei do meu pai um minerim de perto do Desemboque, nascido nas Três Moitas, aprendeu dirigir e fomos pra capital, feito crianças levadas. Cometeu várias contramãos, avançou sinais, volta e meia parava para pedir informação sobre as ruas que deveria encontrar. Uma epopéia.
Essa reflexão é apenas para introduzir outras questões que julguei ser pertinentes a um professor de escola pública como eu. O espaço urbano, formas de sintonia com a informação, me interessou e me levou a pesquisar até que ponto, no Brasil, esse ciberespaço é realidade. Se tais ambientes favorecem o aparecimento de novos laços sociais, independente dos espaços físicos, como uma escola poderá ser, então, virtualizada? Através de um blog que matem contato com ex-alunos e ex-professores?Através de um ambiente virtual que informe sobre o ano letivo aos pais? Ou então, um site que se mantenha atualizado com referências de formação continuada para os professores? Uma biblioteca virtual para pesquisas de alunos e funcionários onde quer que se encontrem fisicamente? Não tenho respostas otimistas para o momento. Na instituição publica em que trabalho, não é realidade nem um diário de classe on line. Como podemos pensar nessa escola virtualizada? Seria da ordem da ficção? Da fantasia?
Deixando essa realidade cruel da escola publica de Rondônia. Lugares e memórias na configuração e na evolução das relações entre as pessoas, na abordagem do texto, as tecnologias digitais devem oferecer não só a oportunidade e o direito à informação, mas também, espaço amplo de comunicação e aparecimento de comunidades virtuais solidárias. Entendi. Um mundo sem fronteiras, sem limitações dos menos favorecidos, já que são eles os que ainda hoje, passada a primeira década do século XXI, precisam de inclusão ao refeitório, ao teatro, ao cinema, ao museu, e claro, ao mundo digital.
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